Além da presença de 150 pessoas, entre alunos, educadores e voluntários mentores do JP Morgan, evento de lançamento traz as histórias das fundadoras do Vale do Dendê, da Diverssa e do Good Truck Brasil
Na quarta-feira, 11 de novembro, o presidente do JP Morgan Brasil, Daniel Darahem, deu as boas-vindas para alunas, alunos, convidados e equipe de voluntários pelo lançamento oficial da segunda edição do The Schools Challenge. Com um público de 150 pessoas, o evento online teve depoimentos inspiradores. Ouvir a história do próprio presidente, dicas de como apresentar um bom projeto e o que vale mais para uma carreira bem-sucedida foi só a parte inicial do encontro. Uma aluna da 1ª edição, Isabella Queiroz, compartilhou a sua experiência como participante do projeto e as empreendedoras Ítala Herta (co-fundadora do Vale do Dendê e fundadora da Diverssa) e Gabriela Mahamud (fundadora do Good Truck Brasil) falaram sobre suas trajetórias até chegarem ao patamar atual de reconhecimento mundial de suas iniciativas de impacto social premiadas e alinhadas com os propósitos dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável do Pacto Global da ONU, premissas essenciais do The Schools Challenge.
Realizado desde o ano passado e com metodologia assinada pela Ageeo e Instituto Ideias de Futuro, o programa irá acontecer nos próximos 4 meses para 100 alunos do ensino médio de 2 escolas públicas da capital: ETEC Abdias de Nascimento (Paraisópolis) e a Escola Estadual de São Paulo (Brás). Além de acontecer em formato totalmente digital, as famílias dos alunos inscritos receberão auxílio alimentação e internet em suas casas, por um período de 12 meses. Serão investidos 7 mil reais em melhorias nas escolas, a serem definidas por elas, caso mantenham o engajamento dos alunos com 75% de frequência média, até o final.
Confira os depoimentos inspiradores!
A palavra de Daniel Darahem
“Alinhado com a agenda de soluções dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) da ONU, o TSC busca ajudar os jovens na preparação da vida de estudante para o mercado de trabalho. Durante os próximos quatro meses, vocês, participantes jovens, serão responsáveis por identificar os principais desafios que as suas comunidades enfrentam em seu cotidiano e desenvolver soluções para os mesmos. Vocês assumirão o papel de agentes de transformação, usando a tecnologia e a ciência como ferramentas. Durante o programa irão aprender sobre novos conceitos e metodologias e sobre oportunidades de carreiras, bem como, irão desenvolver habilidades essenciais para qualquer campo de atuação.
Durante todo o programa, vocês terão todo o apoio dos mentores do JP, aconselhando no desenvolvimento de soluções e também como fontes para trazer a realidade de suas trajetórias pessoais e profissionais. Afinal, todos já estiveram em seu lugar e muitos, assim como eu, vieram da rede pública de ensino.
Agradecemos às direções das escolas participantes, que fizeram o intermédio com os alunos, sempre se preocupando com o desenvolvimento multidisciplinar dos seus estudantes. Parabenizamos os estudantes que aceitaram o desafio de se tornarem protagonistas de muitas mudanças positivas que estão por vir. Estou ansioso para ouvir mais sobre o potencial de impacto que vocês trarão para tornar nossa cidade um lugar melhor para se viver”.
A palavra de Isabella Queiroz Paes
Alumni da ETEC Basilides de Godoy em 2019, Isabella Queiroz tem uma história de engajamento e mobilização dentro do ambiente escolar, impulsionados por sua adesão ao TSC. Após finalizar o programa, teve a oportunidade de participar de um projeto dentro do laboratório de inovação da Redbull e, depois, criou junto à uma de suas mentoras do Instituto Ideias de Futuro, o projeto Internet para Manas, que promove e incentiva o envolvimento de mulheres na área de Tecnologia. Hoje, está na Universidade Federal do ABC e coordena a equipe técnica da Scuderia UFABC, atuando no desenvolvimento de carros de corrida. Ao final de seu depoimento, deixa uma dica valiosa para os novos participantes: “Saibam reconhecer as oportunidades quando elas aparecem para vocês”.
A palavra de Ítala Herta – empreendedora de inovação social
Co-fundadora do Vale do Dendê (hub de aceleradoras de empresas da periferia de Salvador) e fundadora da Diverssa (startup especializada em acolhimento estratégico para mulheres). Ítala Herta fala que seus 15 anos de atuação e contribuição ao ecossistema de economia criativa e inovação social estão diretamente atrelados à sua origem de mulher negra e nordestina. “Também estudei em escola pública, estou na Bahia.
Nos últimos 5 anos, a Vale do Dendê (co-fundadora), primeira aceleradora de negócios de talentos da Bahia na periferia, tem ajudado empreendedores a amadurecer suas ideias e negócios para criar musculatura de encarar investidores, em níveis nacionais e até globals. As margens são potências criativas que podem ser transformadas em mudança, em impacto social.
Intensifiquei meu chamado com mulheres, com Diverssa, iniciativa focada em mulheres do norte e nordeste. Chamamos de acolhimento de autoconhecimento, autoconfiança e autogestão para antes da formação empreendedora.
Há muitos desafios para construirmos a partir dos contextos sociais do nosso país. Infelizmente, desperdiçamos muitos talentos porque faltam muitas oportunidades. Então, vamos encarar o TSC como oportunidade de transformação”.
A palavra de Gabriela Mahamud – empreendedora de inovação social
Autora do best-seller “Flor de sal”, Gabriela é arquiteta e fundadora do Good Truck Brasil, uma iniciativa voltada a resgatar alimentos que seriam desperdiçados para alimentar pessoas em vulnerabilidade social.
“Nasci no interior de MG, estudei em escola pública. Quando abriram oportunidades de concursos para bolsas de estudos em escola particular, consegui. Foi um salto muito grande para mim perceber que eu tinha conseguido isso por mim mesma. Tive contato com um mundo diferente, com recursos financeiros que eu nem imaginava e, ao mesmo tempo, um contato bem próximo com realidades de pessoas que passavam grandes dificuldades, inclusive fome. Eu não entendia o porquê da diferença, o porquê dessa desigualdade. Por que as pessoas ao meu redor viviam situações de passar fome e na minha escola tanta abundância? Esse ponto acabou mexendo comigo.
Cursei arquitetura para trabalhar com urbanismo e habitação social. Fiz a transição de carreira do urbanismo para alimentação de qualidade com o foco em conectar quem não tinha dinheiro para uma alimentação saudável com os alimentos que eram desperdiçados. Fomos reconhecidos no Fórum Econômico Mundial, ONU, ganhamos diversos prêmios em cinco cidades, atuamos em programas de trabalho colaborativo com as empresas. Hoje, já salvamos mais de 20 toneladas de comida e alimentamos mais de 25 mil pessoas e trouxemos o acesso à alimentação saudável para pessoas que não teriam esse acesso. É inacreditável, é gratificante e vem da vontade de reduzir as desigualdades vividas na minha trilha, quando fiquei entre os dois mundos. Importante olhar para o seu propósito, sempre”.